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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Fiquei com o teu cheiro em mim.
Parecia que em cada movimento ainda te sentia perto, encostado, abraçado, tornando-me uma parte de ti e tornando-te na melhor parte de mim.
Um carinho, um beijo mais arrojado vindo por acidente, uma mão que desliza, um olhar que fala... E eu ganho um novo fôlego de cada vez que estou contigo.
Esqueço o que passei, o que estou a passar, esqueço aquilo que ainda tenho que fazer.

Esqueço-me de mim para me dedicar a ti.
És um colo que me protege, um abraço que me conforta; um porto seguro, que nunca me nega apoio.
És uma nova sensação de cada vez que te aproximas. És tudo.
É tão bom sentir-te. Não consigo explicar-te!
Quando sinto o teu toque...inconfundível; o peso das tuas mãos em mim; quando os teus olhos estão de frente aos meus e não se desviam; quando sinto a tua pele a tocar a minha; quando falas e não deixas que mais ninguém oiça; quando estás comigo e pareces longe, mas logo te revelas muito mais perto que todos os outros; quando estamos próximos mas mantemos a distância; quando não amamos, mas pedimos e damos tudo um ao outro; quando tu és tu, comigo, e me fazes ser uma nova pessoa contigo…
Não consigo explicar-te.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Os olhares desencontrados encontraram-se. A doçura do momento transformou-nos. Cresceu uma ternura capaz de derrubar as barreiras antes imprentráveis, que sempre nos assustaram, a ambos. Eu sei que partilhávamos um medo crescente, medo de arriscar, sabendo que teríamos de nos separar.
Agora não.
Brincamos, agarramos a essência da nossa existência, porque ousamos amar e sorrir para a vida.
A insegurança deu lugar à confiança um no outro, o medo neste momento é certeza.
Duas vontades juntas que agora têm muito mais força.
Um sentimento em comum; no entanto, sempre sem se deixar revelar.
Uma só vida que em breve estará de novo separada.
Um "Até já!" que poderá ser "Até nunca!", e que não depende de nós; mas com a consolação de ter experimentado a melhor das sensações com alguém que vale a pena, alguém que vale mais que o resto do mundo.
A espera, de anos, compensa.
Até já!


Apenas me deu para escrever. Só gostava que deixasses isto acontecer, por um dia, um mês, um ano. Valerá sempre a pena.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Passeios descomprometidos pelas ruas, olhares tão despreocupados e ao mesmo tempo carregados de medos e incertezas. Trazemos, no entanto, ombros que se apoiam mutuamente, sem repararmos.
As conversas fluem e quando damos por nós, estamos a contar segredos que juramos a nós próprios nunca contar a quem quer que fosse. São conversas sinceras, sérias, calmas mas importantes.
Partilhamos gostos e a frescura daquela manhã.
Escolhemos a cor do céu e mudamos o mundo um do outro.
As mãos tocaram-se. Começaram a entrelaçar-se, mas recuaram.
Não podemos. Nem queremos.
As faces tocaram-se. Arrepios num beijo inocente de quem se despede de um amigo.
Separaram-se os corpos no final de um abraço rápido e escondido deles. O tempo é escasso; mas já me conheces e eu já te conheço.
Fazes parte do meu interior e quem me dera ser assim indispensável para ti também.
O facto de me escolheres a eles fez-me tão bem.
Aliás, como sempre, tu fizeste-me bem.