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domingo, 25 de abril de 2010

Ele estava a falar comigo, e eu estava a olhar para os olhos dele. Estavam mesmo bonitos, ontem. Especialmente ontem.
Não prestei atenção ao que ele dizia, limitei-me a admirar as cores, o brilho, a forma, as expressões, o sentimento dos olhos dele.
E ele compreendeu que a vontade de o observar foi maior que o dever de me conter; a tentação de não desviar os meus olhos dos dele foi superior à responsabilidade de manter a postura à frente dele.

Olhou-me. Parou de falar. Sorriu, e abraçou-me. Adorei esta sequência.
Eu não sabia o que fazer; fugi daquilo que mais sonho, desviei-me para não perder o que tenho.
Eu não sabia o que dizer; restou-me prolongar o silêncio daquele abraço, que inevitavelmente teve que acabar, mas que foi o acto mais importante daquele dia.
Separamo-nos. Duas mãos que se mantiveram juntas, numa tentativa de evitar essa separação, eram as personagens principais.
De novo se retoma a conversa, e partilha-se uma vida numa tarde.
Hoje, ouvi que devemos valorizar não as grandes, mas as pequenas coisas, e foi o que fiz ontem. Aliás, acho que é o que faço todas as vezes com ele, involuntariamente.
De facto, tem muito mais valor um telefonema dele do que um milhão de coisinhas materiais insignificantes.
E ontem… ontem ele olhou-me como só ele sabe fazer.
Parece que me arranca algo, que leva um pedacinho de mim de cada vez que me lança aquele olhar, daquela forma tão única, tão singular. Incomodou-me, provocou-me, afectou-me, alterou a minha respiração, e ele sabe.
E por este pequeno gesto originar este grande sentimento é que ele é especial.




sexta-feira, 9 de abril de 2010

Porque fico mais perto.

Tentei resistir. Hoje não ia dar-lhe mais que um sorriso, meio forçado, meio sentido.

Tento a cada dia dar-lhe o que ele precisa, e ele? O que tenta fazer por mim?

Não tenta, às vezes; não tenta se estiver alguém perto, dispersa-se, e isso para mim é muito pouco, é quase nada.

Mas hoje foi ele que veio ter comigo.

Se sentiu ou não a minha falta, se o incomodou ao ver alguém mais próximo, se notou que eu estava a evitá-lo, não sei.

Sei que hoje ele me abraçou. Os beijos foram trocados mais devagar do que o habitual.

Pensei fugir.

Eu não queria aquilo, só queria parecer indiferente, mas ao fechar os olhos, quis ficar ali o dia todo, a sentir aquele perfume, aquele toque, aquela respiração, aquele conjunto de pequeninas coisas que me atrai.

Seguiu-se mais de meia hora de conversa. Para quem queria ser convincente na decisão de manter a distância, estive mal.

Os carinhos surgem natural e repetidamente. As palavras menos agradáveis escapam, também. Mas há coisas que têm que ser ditas. E há abraços depois. E há olhares.

Vim embora. E ficou mais um momento na minha memória.

Quero afastar-me, e vou conseguir. Só preciso de não pensar nele.

Mas, agora, estou a pensar. Nele, em nós. É a única forma de o sentir perto.

sábado, 3 de abril de 2010

Quatro coisinhas pa ti: O-bri-ga-do!

Aproximas-te a cada dia, descobres segredos em cada conversa, tornas-te mais importante em cada carinho.
Há quem não perceba isso e confunda o que vamos sentindo, baseando-se apenas nos factos, no que lhes é visível. E o que eles não vêm? E o que eles não sabem?
"Fica a ser o nosso segredo."

Aquilo que te digo e aquilo que me dizes, são coisas consecutivamente mais sérias e mais divertidas, mais secretas e mais nossas. Acho que é por isso que o que eles tentam fazer não resulta, o que eles dizem não tem relevância... :)
Oh, gosto tanto que confies em mim! Isso ajuda-me; amigos assim nunca são demais!
Que eu confio em ti, já não é novidade... Mas quando começas a revelar-me o que és e o que sentes, transformas-te numa peça ainda mais incontornável, arrisco o adjectivo essencial.

Resta-me agradecer-te, outra vez. É a única coisa que tenho para te dizer aqui. O resto, tu já sabes.

Um obrigado gigante *.*