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domingo, 30 de maio de 2010

"É amor e dor.
É carinho e desilusão.
Um tudo ou nada que enlouquece,
Parece que se esquece,
Mas eu não.
E já não sou eu
Sem ele,
Sem nós.


Hoje tenho muito de nada.
Tenho um pouco de cada coisa,
Mas não sei explicar,
esse pouco não me satisfaz.
Abuso, talvez, ao desejar.
Tenho um pouco de tudo.
Tenho muito de nada."



Hoje, estou cansada de lutar. De esperar. De ter dado todos os primeiros passos até agora. De acordar todas as manhãs com a esperança de que ele ainda se lembre de mim. De lhe mostrar que o quero comigo e não o ter, de facto, porque alguém está a dizer-lhe o que ele quer ouvir. Acabou aqui. Continua quando ele quiser.



quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Julguei que eram pessoas.
Eram pedras frias, à minha frente, imóveis e insensíveis.
E é por essas pedras que luto, para que voltem à vida.
E para que volte a ter o que tinha."


quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Já não estamos em Farmácia...somos Farmácia. Obrigado"




Estão a ser duas semanas em que não tenho tempo nem para me alimentar em condições.
Duas semanas em que cada dia é único, tem algo que não vou voltar a viver, pelo menos da mesma forma, já estarei do outro lado. Cada dia está planeado, e mesmo assim há um nervoso miudinho a chatear.
Estão a ser dias repletos de mudanças, coisas que até custam a acreditar, mas ainda custam mais a explicar.
"Por mais que vocês tentem contar o que aconteceu dentro desta sala a alguém, ninguém vos vai perceber, a não ser nós que estivemos aqui convosco; porque aqui não se viu nada, sentiu-se."
É um turbilhão de sentimentos que nos envolve, são manifestções de carinho e de agradecimento, de respeito e reconhecimento. Adorei cada momento, ou melhor, estou a adorar.
Sinto que é uma recompensa; que de facto, tudo valeu a pena, e que talvez receba mais do que aquilo que mereço.
Não se viu nada, sentiu-se, porque o que nos ensinaram foi a sentir, a ser, a estar. E a mim ensinaram-no muito bem.
É um orgulho passar com estas camisolas e estes casacos, e as pessoas à minha volta comentarem que sou de Farmácia. É um orgulho gritar pela casa, correr por entre roxo e ao olhar em redor, ver em cada rosto uma amizade, uma recordação, uma pequena nostalgia do tempo que acabou e uma pitada de medo do que está para vir.
"Somos todos iguais, doutor." Podemos não o ser de facto, mas em certos momentos, todos nós, ou a maioria, sentimos o mesmo, e simplesmente não precisamos de falar: olhamos e percebemo-nos. Choramos porque estamos juntos no final deste ano. Crescemos e não reparamos, porque só ali, nos últimos vinte metros, é que nos apercebemos do que estavamos a deixar para trás, do salto que estávamos a dar. Foi o fim de uma fase, o culminar após um esforço feito todos os dias. Não podia ter dado mais, fiz tudo, de tudo e ainda mais um bocadinho.
Dá-me tanta vontade de chorar escrever sobre isto. Porque sinto que passou muito rápido. "Não vos vou dizer o que a praxe é, mas sim aquilo que não é." Fez bem, desta forma nós descobrimos o que é a praxe, e a minha foi fenomenal, a minha é fenomenal.
Queria ser "doutora" como todos os outros, quando chegam no primeiro dia. Agora que isso está aqui tão perto, queria ser caloira outra vez, e estar de 4, e dizer asneiras, e fazer figuras, e gritar, e voltar a ter momentos como os que tive. Ao menos a consciência está tranquila, o que era para ser vivido, já vivi.
"Espero que este tenha sido o melhor ano das vossas vidas." Foi, definitivamente. Encontrei forças não sei onde, mas tive para mim e para dar. Também foi o mais díficil, o que mais exigiu de mim. Mas o que não mata...
"Ah, doutooooora... Parabéns, doutora. "
Adorei vir debaixo da capa dos dois, ter pegado na pasta dos dois, ter saltado para a fonte (toda suuuuuuja) com os dois, ter recebido os abraços molhados, a atenção dos dois. Quero um dia ser assim, tão boa como eles, para que tenham tanto orgulho em mim como eu tenho neles, e em mais duas ou três pessoas de igual forma. São exemplo.
Com o fim disto, é necessário ocupar um novo papel, e sobretudo, nunca deixar de aprender, pondo em prática o que berramos quase 200 dias as 07:59h.
Resta-nos aproveitar a semana da queima. Ou, como diz o Tony: "A queima não são 8 dias, é um dia gigaaaaante!" Venha ele, é merecido. :D