Tentei resistir. Hoje não ia dar-lhe mais que um sorriso, meio forçado, meio sentido.
Tento a cada dia dar-lhe o que ele precisa, e ele? O que tenta fazer por mim?
Não tenta, às vezes; não tenta se estiver alguém perto, dispersa-se, e isso para mim é muito pouco, é quase nada.
Mas hoje foi ele que veio ter comigo.
Se sentiu ou não a minha falta, se o incomodou ao ver alguém mais próximo, se notou que eu estava a evitá-lo, não sei.
Sei que hoje ele me abraçou. Os beijos foram trocados mais devagar do que o habitual.
Pensei fugir.
Eu não queria aquilo, só queria parecer indiferente, mas ao fechar os olhos, quis ficar ali o dia todo, a sentir aquele perfume, aquele toque, aquela respiração, aquele conjunto de pequeninas coisas que me atrai.
Seguiu-se mais de meia hora de conversa. Para quem queria ser convincente na decisão de manter a distância, estive mal.
Os carinhos surgem natural e repetidamente. As palavras menos agradáveis escapam, também. Mas há coisas que têm que ser ditas. E há abraços depois. E há olhares.
Vim embora. E ficou mais um momento na minha memória.
Quero afastar-me, e vou conseguir. Só preciso de não pensar nele.
Mas, agora, estou a pensar. Nele, em nós. É a única forma de o sentir perto.
1 comentário:
Distanciarmo-nos é difícil mas percebermos que é a distância é necessária é um bom ponto de partida.
Pensa mais em ti. Mantém-te altiva e segura daquilo que és, dá menos importância a essas indiferenças da parte dele. Sabes bem que enquanto te importares com isso não te irás conseguir distanciar.
E, acima de tudo, mostra aquilo que realmente és.
Beijinho*
<3
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