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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Às vezes damos demais às pessoas. Ou àquela pessoa.
Confiamos, acreditamos, sonhamos. E quando começamos a viver o sonho, a pessoa mais importante do mundo vai embora, deixando-nos sem rumo e sem vontade de o encontrar.
Depois, caímos naquela fase da angústia, apenas somos capazes de perguntar porquê, porquê eu, porquê outra vez, e porque não?... Invade-nos algo a que podemos chamar muitos nomes, mas que não passa de uma tristeza insistente e persistente, por falta de amor e excesso de amor para dar (que fica pendente uma e outra vez).
O tempo passa, e não esquecemos.
Tentamos não pensar nisso, não falar nisso... Mas não esquecemos. E por mais que fujamos, ele corre atrás de nós, num perfume, num lugar, numa música, numa expressão que lhe pertencia.
Quando conseguimos aceitar que ele não é para nós, que tivemos momentos lindos mas que ele tem alguém de quem gosta a sério ou de quem gosta mais, ou com quem está melhor agora, quando aceitamos que afinal nós estávamos a amar e não estávamos a ser mais do que um passatempo até chegar “a principal”, conseguimos ter uma vida social normal.
Aí, quando voltamos a sorrir em público…..PIMBA. Aparece alguém, ou então, para as mais azaradas, aparecem dois. E nós juramos a pés juntos que não vai ser igual desta vez, que nós estamos fartas do mesmo e que nesta não caímos. Prometemos a nós mesmas que não vamos sequer estar com ele(s), que não vamos deixar que se aproxime(m), que nos beije(m). Mas deixamos, quando ele(s) significa(m) algo para nós. E lá recomeça o ciclo… Voltamos a sonhar. Voltamos a colocar a hipótese de sermos “a principal” para alguém. Voltamos a criar um altar para adorar quem nos faz sentir tão bem, e damos tudo o que somos em troca de um sorriso.
Alto! Em troca de quê?
De nada!
Ele(s) vem, tem os momentos que quer, e no fim de nos ter na mão, de nos confiar tudo o que não confia a mais ninguém, de nos ter presas, sempre aqui como amigas com A maiúsculo, diz que “aquela miúda importante” está com ele.
Exacto, “aquela miúda” que nós desejamos ser há tanto tempo (em casos desejamos a vida toda), aquela que começamos a ser, mas que já não somos.
Cá está. Dão-nos tanto…hoje, amanhã, para a semana, provavelmente. De repente, puff. Quando nos habituamos à presença de alguém, vem um “Desculpa. Até breve. Ela marcou-me muito.” E nós? Como é que nós ficamos?
Morremos.
Nós, que arriscamos tudo por um amor antigo, ou nós que arriscamos tudo por alguém novo, só recebemos o que já tínhamos antes deste ciclo começar: nada!
E há sempre alguém que nos lembra que nós tínhamos prometido a nós mesmas que não íamos deixar acontecer. Ou seja, a culpa é inevitavelmente nossa.
É horrível, mas fica a sensação de que ele(s) nos quis para algo temporário, enquanto esperava pelo “amor da vida dele(s)”.
Again. E nós?
Fomos embaladas, levadas pelas promessas que ouvíamos de olhos fechados há anos, iludidas por carinhos efémeros. Fomos comidas por parvas, enquanto acreditávamos no dito amor da nossa vida.
Mas para a próxima, não vai haver próxima.

3 comentários:

Marco disse...

Não se costuma dizer que guarda-se sempre o melhor para o fim? :) então o destino está a tratar disso mesmo, e quando menos esperares terás tudo, mas mesmo tudo o que sempre quiseste :)

Beijnh

Sofia disse...

A culpa é sempre nossa, porque sempre ouvi dizer que quem tudo quer tudo perde. E nós queremos demais. E ainda nos damos ao luxo de ficar indecisas entre este e aquele.
A culpa é sempre nossa, porque temos que ser objectivas e aprender a saber o que realmente queremos e lutar por isso.
Nós nunca o fazemos. Limitamo-nos a cair vezes sem conta. E, mesmo que digamos 1000 vezes que não vai haver próxima... Vai.

Liliane disse...

às vezes não queremos demais. Só queremos o que nunca tivemos. Só...