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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bocadinhos de amor

Temos um bolo grande. Pode ser de chocolate. E partimos. E repartimos...
E vamos dando bocadinhos àqueles que queremos fazer felizes.
Mas há quem devolva a fatia sem lhe tocar, e ficamos com aquela sensação de que não fomos bons o suficiente, que não fizemos o que esperavam, que não somos o que esperavam de nós...
Outras vezes provam, comem enquanto apetece, e brincam com o resto, ou estragam, ou então deixam no cantinho da mesa, disfarçado...
É o mesmo que acontece com os bocadinhos de amor. Repartimos o que está cá dentro, e no final, temos sentimentos contrários: ou nos devolvem o nosso amor intacto, e aí sentimo-nos abaixo de tudo e de todos; ou estragam, destroem os pedacinhos de nós mesmos, e nós sentimo-nos desprezados, porque esperávamos que cuidassem dele, como nós faríamos...
Há ainda uma terceira hipótese: guardar mais de metade do bolo para quem aparentemente não tem fome. Passam anos sem que vejam o que estamos a reservar. Até que um dia nos cansamos e deitamos tudo fora.
Se não dão valor aos nossos bocadinhos, que espalhamos com tanto carinho, é porque possivelmente fomos nós a dar importância em demasia. O que custa é aceitar isso.

2 comentários:

Sofia disse...

Esqueceste-te de quem come o bolo e gosta.
(Eu, por muito que tente, não consigo não me rir com esta frase. Mas estou a dizê-la num sentido bonito. Juro!)

Liliane disse...

É verdade. Mas nunca anula o resto .. :( (Tb me ri, admito xD)